Amor, baby, benzinho, gracinha, de sangue negro, branco, amarelo e vermelho, exagerado, meio bossa nova e rock and roll, poeta e louco aos poucos, o garoto que queria mudar o mundo, que não amava ninguém mas era só amor que respirava, cantou o blues da piedade, quis tudo no próximo hotel, por mar, por terra ou via embratel, não sabia o que seu corpo abrigava nas noites quentes de verão, encontrava abrigo no peito do seu traidor, não entendia como um demente, porra louca, inconsequente podia amar, viu a cara da morte e disse que ela estava viva, VIVA, era só mais um cara que se você o encontrasse torcendo o cacho e roendo a mão, é que ele estava pensando num lugar melhor, que queria a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida, mentiras sinceras, raspas e restos lhe interessavam, que pedia só um pouquinho de proteção a ele, o maior abandonado, pediu para a mulher sem razão ouvir seu homem, ouvir seu coração, se achava um cara tão atual, que queria estar perto do fogo como faziam os hippies, alguém que tentou desesperadamente sentir algo descente, com olhinhos infantis, disse que morrer não dói, não podia causar mal nenhum a não ser a ele mesmo, andava pirado rodando de bar em bar, pra ele tinha o certo o errado e todo o resto, só o que queria era paixão fogo e segredo, transformou o tédio em melodia, que estava cansado de tanta babaquice tanta caretice da eterna falta do que falar, era feliz em Ipanema e enchia a cara no Leblon, sentia frio no calor do Rio, foi apaixonado por cachorros e bichas, duques e xerifes porque eles sabiam que amar era abanar o rabo, lamber e dar a pata, que não queria ser xingado de Sub produto de Rock, protegeu um nome por amor, num codinome beija-flor, cantou que quem tem um sonho não dança, via seu fantasma guardando lugar para o amanhã, que se dizia carente profissional, gritou que a burguesia fede e que enquanto houver burguesia não vai haver poesia, pediu para o Brasil mostrar a sua cara, disse que não há perdão para o chato, que queria ter uma bomba, um flit paralisante qualquer, um menino triste que queria ser um herói, mesmo um herói triste, que nos disse que o tempo não para ... E para nós, fãs, ele será eterno e insubstituível.
CAZUZA, DAQUI ATÉ A ETERNIDADE ♥