sexta-feira, 23 de março de 2012

Como um vento na floresta

Como um vento na floresta. 
Minha emoção não tem fim. 
Nada sou, nada me resta. 
Não sei quem sou para mim. 
E como entre os arvoredos
Há grandes sons de folhagem, 
Também agito segredos  
No fundo da minha imagem. 
E o grande ruído do vento 
Que as folhas cobrem de som 
Despe-me do pensamento : 
Sou ninguém, temo ser bom.

Como é por dentro outra pessoa

Como é por dentro outra pessoa  
Quem é que o saberá sonhar?  
A alma de outrem é outro universo  
Como que não há comunicação possível,  
Com que não há verdadeiro entendimento.  
Nada sabemos da alma  
Senão da nossa;  
As dos outros são olhares,  
São gestos, são palavras,  
Com a suposição de qualquer semelhança  
No fundo.  


Aqui neste profundo apartamento


Aqui neste profundo apartamento
Em que, não por lugar, mas mente estou,
No claustro de ser eu, neste momento
Em que me encontro e sinto-me o que vou,
Aqui, agora, rememoro
Quanto de mim deixei de ser
E, inutilmente, [....] choro
O que sou e não pude ter.

Eu amo tudo o que foi


EU AMO TUDO o que foi, 
Tudo o que já não é, 
A dor que já me não dói, 
A antiga e errônea fé, 
O ontem que dor deixou, 
O que deixou alegria 
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

A pálida luz da manhã de inverno

A pálida luz da manhã de inverno,
O cais e a razão
Não dão mais 'sperança, nem menos 'sperança sequer,
Ao meu coração.
O que tem que ser
Será, quer eu queira que seja ou que não.


No rumor do cais, no bulício do rio
Na rua a acordar
Não há mais sossego, nem menos sossego sequer,
Para o meu 'sperar.
O que tem que não ser
Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.

terça-feira, 20 de março de 2012

Music is your only friend


Well the music is your special friend
Dance on fire as it intends
Music is your only friend
Until the end

quarta-feira, 14 de março de 2012

Mystica Visio

Vinha passando pelo meu caminho
Um vulto estranhamente iluminado...
Para onde eu ia, o vulto ia a meu lado
E desde então, não andei mais sozinho!
Abraçou-me. beijou-me com um carinho
Que a um ser divino não seria dado...
E eu me elevava, sendo assim beijado
Muito acima do humano borborinho!
Falou-me de ilusões e de luares,
Da tribo alegre que povoa os ares...
- Assombrava-me aquela claridade!
Mas através daquelas falsas luzes
Pude rever enfim todas as cruzes
Que têm pesado sobre a Humanidade!

Natureza Íntima

Cansada de observar-se na corrente
Que os acontecimentos refletia,
Reconcentrando-se em si mesma, um dia,
A Natureza olhou-se interiormente!

Baldada introspecção! Noumenalmente
O que Ela, em realidade, ainda sentia
Era a mesma imortal monotonia
De sua face externa indiferente!

E a Natureza disse com desgosto:
"Terei somente, porventura, rosto?!
"Serei apenas mera crusta espessa?!

"Pois é possível que Eu, causa do Mundo,
"Quanto mais em mim mesma me aprofundo,
"Menos interiormente me conheça?!"


Gentle Giant - Isn't it Quiet and Cold

domingo, 4 de março de 2012

The Concert for Bangladesh

George Harrison, Bob Dylan e Leon Russell


 Leon Russell - Jumpin' Jack Flash/Young Blood

George Harrison - My Sweet Lord

Bob Dylan - Just Like A Woman