sábado, 30 de julho de 2011

"E a própria morte fora das vezes em que quase morri para sempre, quantas vezes num silêncio humano - que é o mais grave de todos do reino animal -, quantas vezes num silêncio humano minha alma agonizando esperava por uma morte que não vinha. e como escárnio, por ser o contrário do martírio em que minha alma sangrava, era quando o corpo mais florescia. como se meu corpo precisasse dar ao mundo uma prova contrária de minha morte interna para esta ser mais secreta ainda. morri de muitas mortes e mantê-las-ei em segredo até que a morte do meu corpo venha, e alguém, adivinhando, diga: esta, esta viveu. "

Clarice Lispector

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